domingo, 15 de agosto de 2010

maria bethania- negue

QUEM DE NÓS DOIS - ANA CAROLINA

Mais um dia se passou...

Mais um dia se passou... Arrastado... Arrantando as horas, os minutos, os segundos... Arrastando todos os sonhos de um dia...
Mais um dia se passou e nada, simplesmente em nada mudou o dia que se passou...
Penso nas horas e nos dias que se passam, apagados, indesejados, cansados; Penso nas horas e nos dias que vivi, na intensidade que vivi a vida esses dias em que eu apenas era eu mesma sem precisar usar as armaduras para lutar pela vida, as máscaras que agora uso para esconder as lágrimas por ela trazida, as vestes imaginárias feitas para esconder cicatrizes por ela causada...
Ai, esses dias! Dias  inglórios que não acrescentaram, apenas aconteceram e como vieram se foram; Sem trazer nada, levando tudo e nada restou. Houve vezes em que dei a vida por eles, outros em que perdi a vida neles....
O que é o amor senão uma sucessão de termos gramaticais para definir algo que não se deifne nem por si mesmo? Amor não se vende (se vendessem, eu roubaria um banco apenas para comprar um punhado...); amor não se perde (não se pode perder o que nunca se teve...); Amor, ah! o amor...como seria bom se existisse mesmo o amor!
Sonhos? parei! Eram apenas mais um vício, não vale a pena... Pode-se morrer por causa deles sabia? E sem eles morremos a cada instante pela  falta deles em si, mas... Então o que fazer? Resolva você mesmo, eu parei...
De que adianta olhar para o futuro se o passando que já  foi presente e fugiu levando o que você desejou ardentemente como futuro e virou cinzas, virando um passado distante?
Meio que vagando pelos meus pensamentos, me sentindo muto perdida, insegura, vazia de amor, cheia de saudade... Encontrei um grande baú de recordações e não pude abri-lo, simplesmente não deu...
Ele existe sim e de fato ele me pertence, porém não cabe a mim tocá-lo mais... Fechou-se para sempre com alguns dias em que as melhores horas se passaram...passaram não voltam nunca mais.
Começo a pensar que preciso aprender a definir o que sou, quem eu sou, parar de sofrer e parar de me perder, encontrar motivos para seguir.. Contudo, tenho medo dos dias passando, tenho medo da solidão por eles deixada dentro dos meus olhos tristonhos e sem brilho... tenho medo de mim.
Não quero mais perder as minhas noites em insonias;  Noites insanas, arrastadas e que acorrentando minha alma sufocada, acabam  levando embora os anos que se passam sem nada deixar em meu caminho, sem saber o que levarei comigo... Nada! não tenho absolutamente para levar na bagagem e também não há nada que eu possa deixar, eu passei por essa vida sem existir quase um  vulto sem definição, um miasma que no final das contas assusta até a mim mesma e todos procuram fugir porque quem gosta de ver fantasmas? A maioria das pessoas nem acredita neles...
Quero aprender colocar em palavras a agonia que sinto, a dor que aperta e sufoca meu peito, as lágrimas que choro, o clamor silencioso de uma alma que vagueia...que não vive, só sobrevive.
Chega! Não aguento mais fingir que está tudo bem quando não está, não quero parecer lúcida quando minha alma está louca, louca de desejos de ser feliz, de vontade de sorrir com a mais pura felicidade.
Não! Não quero olhar para o mundo lá fora quando sei que este mundo me virou às costas, quando sei que foi ele que me tirou todas as perspectivas de ser alguém, de amar alguém e ser amada por este alguém, quando tenho raiva deste mundo frio, onde os deuses jogam com as nossas vidas, apostando quem perde e quem ganha...Prefiro ficar em meu mundo. Neste eu sei onde piso... nem sempre.... Mas é muito mais seguro e menor que o outro...
A beleza do sol, das noites de lua, das noites sem lua, dos dias frios, tudo, tudo se perde dentro da minha tristeza, dessa dor que esmaga e me mata a cada dia que se passa.
Na verdade, nem sempre sei o que quero. Quero por quero e é só. Quero poder libertar a garota que ficou presa nesse corpo que envelhece a cada dia, ela está lá, pedindo ajuda e ninguém a vê, ninguém consegue ouvir sua voz já fraca.... Está se calando de vez, tenho medo de sua morte, pois com a dela com certeza, virá a minha.
Quero por quero e só! Quero voltar a ter inspiração para escrever, quero poder andar por aí sem rumo, não nasci para ter raízes, sou filha dos ventos, preciso de espaço, preciso respirar, preciso viver... Preciso voltar a me tornar eu novamente, sem acordos, sem regras tolas impostas por uma imagem gerada a partir de uma ficcção criada por mim para dar satisfação a todos menos a mim mesma, sou uma brisa que passa, um tornado que arrasa tudo, sou suave e intensa e sou infeliz agora que estou contida aqui e não posso sair.
Definitivamente essa não é a vida que escolhi, esses não são os dias que desejei viver e de que adiantou matar  leões se no final fui devorada por cobras?
De repente, tudo se divide, tudo se separa, o tempo que não pára de correr, eu que nado e não consigo chegar à praia, o que é isso que sinto?
Só uma palavra me resta para definir tudo isso e essa meu coração não falará nunca mais... Decretou-se dentro de mim uma lei em que foi proibido dizer esse nome... Mas, como eu queria gritá-lo... Fazer carne desse verbo e conviver com ele...
Enfim, mais um dia se passou e com ele está indo embora também essa loucura que chega ao amanhecer...
Resguardo-me para o próximo dia que trará com ele tudo de novo e o ciclo recomeçará.... Descançar...É o que me resta agora.
Em meus sonhos(o literal) sou livre, por pouco que seja, mas consigo viajar e ir para onde deseja a minha alma. Deixe-me ir com ela agora nessa viagem...
Boa noite, bons sonhos.... Metafóricos ou reais...
Suri.

sábado, 7 de agosto de 2010

Alivio Imediato.

Diante das muitas coisas que diriamente são lançadas em nossas vidas de meros mortais, como ser forte?
Todos so dias surgem fatos novos (graças a Deus!) e eles nos mostram  o quanto somos frágeis diante da maravilha que é estarmos vivos.
Hoje me deparei com mais um: "sou humana! sou de carne e osso e sou falha!"
Maravilhosa e dolorosa descoberta!
Tenho realizado uma viagem solitária e necessária para redescobrir quem sou.
Não tenho gostado muito do que vi, não sei  como fazer para mudar e sei que estou perdendo as rédeas de mim mesma.
Onde está a chave do meu quarto escuro onde eu costumava me refugiar de tudo? Quem deu o direito não reservado de as escoderem de mim?
Durante longos e incassáveis anos pude viver à sombra do que não pude viver. Agora, tenho que conviver com todos os fantasmas que escondi junto com os medos e angútias que fugi durante uma existência de perdas e submissão...O que faço agora?
Meu treinamentode atividades de vida diária não tinha incluso no pacote a sobrevivência aos danos causados por terceiros com a minha permissão ainda que inconsciente. E agora "José?"...
Não quero ter que encarar o que sempre escondi, não quero reviver o que levei anos para sufocar...
Essa dor lascerante, contusa, confusa e eu diria que inesperada por mim vem em noites de insonia e delírios e de preces rogando por um desfecho, um alívio, uma redenção...
Tudo que eu desejo agora e voltar ao escuro do meu quarto..À meia noite, à meia luz...Daria tudo por meu mundo e nada mais...
Aqueles que tiverem olhos, vejam...Ouvidos que ouçam e quem tiver conselhos... Que os guarde para si. Foi através deles que me perdi.
Quero apenas poder dormir e ver que ao acordar, minha vida voltou aos trilhos da segurança mascarada, mas ainda assim, segurança....
Esperando por dias melhores. Alívio imediato.
Suri.

domingo, 1 de agosto de 2010

Perdida...

Perdida dentro de mim mesma e sem saber como sair. Esta é a definição para mim hoje. 
Procuro encontrar um jeito de encontrar o que procuro: eu mesma.
Sinto como se houvesse algo preso dentro de minha alma. Só não sei definir o quê e nem como me libertar. Não sei... Acho que penso demais quando deveria agir mais.
Sinto minha alma em conflito, vejo meus olhos perdidos em algo que não sei explicar.
Sinto uma alegria que quase sempre é sempre superficial, meu brilho antes ofuscante, hoje está ofuscado pela insegurança e pela descrença no amor, nas pessoas, na vida.
Sim, tive meus momentos de alegria, mas foram e são ainda tão raros.
Por que teimo em viver do passado? O que falta para me dar conta da dor que isso causa?
Qual o segredo que busco dentro do meu porão que eu tenho tanto medo de ver, mas que me puxa para lá? O que está guardado de tão valioso lá que não dá simplesmente para trancar essa porta e jogar a chave fora?
Me pergunto o que está havendo e meio que sem jeito me perco nos meus devaneios, entre palavras perdidas acabo fugindo do assunto, de mim mesma.
Uma coisa é certa: não estou bem. Não estou feliz.
Como uma mulher como eu fui tão determinada, se entrega a desilusão?
Desejo apenas uma coisa encontrar quem eu fui e viver feliz comigo para sempre.
Porém, não vejo nada, nunguém que valha o risco a correr para isso.
Amor... Não, amor não estou certa de encontrar. Nunca conheci o verdadeiro e amei a todos verdadeiramente, mas nunca durou o tempo necessário para criar raízes, isso é triste porque eu tenho tanta coisa boa para mostrar e queria dar o meu melhor, só que cada dia que se passa essa possibilidade está muito mais remota.
Entretanto, sonhar ainda é alguma coisa mais que não sonhar...E não se paga nada por isso.
Sonho então, com um dia em que eu não viva de sonhos e sim de uma realidade que me baste para ser feliz.
Estou...Triste...Apenas isso.
Suri.



terça-feira, 22 de junho de 2010

MAR DE ROSTOS


Perdida num mar de rostos, caminhando sozinha no meio da multidão, segue Helena seu caminho de sempre... Sempre sozinha.
Procurando não achar aquilo que teme, escondendo dentro de si seus sonhos, desejos, escondida em seu Universo paralelo, segue Helena...Sempre sozinha.
Um rosto na multidão, sangrando silenciosamente sua dor. Ninguém nota, ninguém vê ou finge não ver.
Assim  como deve ser, assim o é. Sempre foi...
Durante anos lutou consigo mesma em desenfreada loucura por ser feliz, apostou alto... Perdeu.
Delírios, delícias de uma sonhadora nata.
Como encontrar dentro de si, aquilo que nunca existiu? A sua felicidade.
Por isso, Helena vencida pelo cansaço do dia-a-dia, da mesmice, da monotonia em que ela mesma transformou sua vida, se cala e segue... Sempre sozinha.
Andar pelas ruas cinzentas de chuva ou douradas de sol, não a faz ver as cores que desnudam diante de seus olhos, ela já não consegue distinguir nada além da solidão que cavou com suas próprias mãos, enterrada em seu coração, sua alma.
Solidão a dois, solidão em grupo, solidão que arde, queima, corrói seus pensamentos, seus dias eternos nas noites insones diante de um livro, de uma imagem, do tudo e do nada que não define  a sua dor. Apenas dói.
Onde Helena se perdeu de si mesma? Nem mesmo ela saberia definir, contudo, não foi da noite para o dia, nada acontece da noite para o dia. Descuido? Talvez, na verdade pode ter sido intencionalmente casual, quem sabe?
O fato, é que agora já não pode mais esconder de si mesma  sua realidade, envelhece a cada dia, amargurada por ter desperdiçado momentos de precioso desleixo, de generosa falta de responsabilidade em fazer aquilo que deveria ter feito ou não o fazer.
Tarde demais para voltar atrás, agora segue... Sempre sozinha.
O que houve com seus 20 e poucos anos jogados no vazio que virou sua vida? Onde foram parar as ideias, os ideias, as risadas, as brincadeiras, a turma que sempre rodeava a jovem de movimentos leves, graciosos, corpo delgado e os sonhos de uma vida de muitas alegrias? Certamente no limbo para onde seguem tudo aquilo que não se vive a cabo, que se deixa para ser vivido depois, mas o tempo não espera por ninguém, nem mesmo por ela que achou ter todo o tempo do mundo.
Cadê a menina alegre que assobiava com seus cabelos longos soltos, que brincando os jogava ao vento? Seguiu para esse limbo, juntamente com as perspectivas de tudo que ela mesma desperdiçou. Irresponsável! Hoje chora sua alma em dor silente, calejada pelo orgulho, pelas marcas que a vida lhe deu.  
Agora, essa mulher ou que restou dela, segue nesse mar sem identifacação, com cabelos contidos num penteado sóbrio, com postura de mulher madura, envelhecida e leva pacotes, bolsas, embalagens, procura fazer ginástica- antes feita em academias- para estender seu orçamento apertado, ignorando olhares, comentários e zombaria que fazem ao seu respeito, exceto um amigo que a vê através de sua alma e consegue captar a essência do ser que ela não mais enxerga, pois já não se importa mais com sua aparência, que antes a preocupava tanto.
Sem luxo, nem vaidades, um ser andrógeno, uma ícógnita... Ela já se esqueceu de ser a pessoa um dia foi. 
Então, caminha Helena, segue e se aquieta, aquieta sua alma. Cala e silencia sua dor, ninguém se importa com isso...

Suri.


sexta-feira, 21 de maio de 2010

QUEM EU SOU? EU SOU ASSIM MESMO...

Você poderia dizer que em poucas palavras quem eu sou, mas quem me conhece bem sabe que eu sou mais do que umas poucas palavras.
Eu sou tudo  e não sou nada, eu estou cheia, mas sou vazia.
Eu sou um mistério fácil de ser decifrado.
Eu apenas preciso ser feliz,  amar e ser amada; 
Mas, não o amor que me derão esse  aí eu recusei.
Eu quero tudo ou não quero nada, eu realmente "quero" e não me satisfaço com pouco.
Melhor estar realmente sozinha e triste do que estar com alguém que me faz sentir só e triste.
Eu sou aquela que desafia, que se contradiz quando se trata de amor ...
Mas eu sou a única que me alimentaria do seu amor, se fosse verdade, se fosse real ...
Não, eu não quero a utopia, quero a verdade nua e crua; Dolorosa, mas transparente.
Eu olho para a frente, caminho para frente e para a frente sigo sempre, mesmo que eu tenha que pagar com o alto preço de ficar sozinha ...
Eu sou apenas alguém sozinha em um mar de rostos conhecidos e desconhecidos ...
Eu sou a imagem da esperança, mas que de  tão frágil que nunca vem ... Não chega.
Eu sou a sombra da luz fraca que reflete quem  um dia eu fui realmente ...
Hoje em dia, eu sou apenas alguém que busca a felicidade ...
A lágrima que nunca seca, uma dor que nunca vai embora, uma flor que não pôde se abrir ...
Eu não sou ninguém especial, apenas existo ...


Suri.

SENTIMENTOS QUE ME AFLINGEM...

Gostaria de colocar em palavras o que sinto no meu coração, mas estaria longe de ser a realidade ...
Eu não sei se eu estou muito feliz ou muito triste ... Só sei que a vida seria mais fácil se pudesse escolher entre o sonho ea realidade... É muito difícil viver um sonho;  Torná-lo uma realidade ainda mais!
Querer e poder são duas palavras que deveriam estar sempre juntas, mas há uma distância enorme entre as duas.
E eu  quero o que eu não posso ter... Tenho o que não quero.
Vivo em um lugar e tenho a cabeça em outro ... Tudo é muito confuso para mim ...
Queria ter a palavra certa para expressar tudo o que me vai ao coração agora ...
Eu sei o que quero, mas será que posso ter?
Eu só sei que quero ser feliz e para tudo na vida há um preço. Bem, acho que o lance é esperar e ver o que a vida ainda me  reserva.
Tenho esperado por muito tempo, mas acho que ainda preciso de exercitar um pouco mais o dom da paciência, da coragem, dacsabedoria, da fé... Em mim mesma.
Eu preciso exercitar a força de vontade e aprender a superar meus medos ...
Aprender a abrir as portas do meu porão... Conviver ou expulsar os fantasmas... De uma vez!
Aprender a viver o agora e aproveitar ao máximo cada experiência, pois cada momento é único e não volta mais;
Sei que ainda haverá crises, mas isso traduz-se em  maturidade.

"Mais isso não impede que eu repita: É a vida, é bonita e é bonita!" 

Eu estou muito confusa....


Suri.

Coisas de Laurinha...

_Laurinha, aonde você pensa que vai? Pergunta aflito o pai da moça determinada e muito, muito temperamental.

_ Vou à luta papai! Hoje acordei e decidi que serei feliz de qualquer jeito; Decidi e pronto!

Virou-se para seu pai com um sorriso suavemente temperado de promessas projetado para si e a certeza uma vitória hipoteticamente ilusória; Latente, pulsante, vibrante e desejada por ela.

Deslizando sobre os seus pés, qual pluma sob o vento morno de uma tarde de primavera, sai feliz e cantarolando sua canção favorita.

Laurinha... Puro viço, livre em “uma juventude doce e plena de sonhos...”

Depois de muito caminhar pelas estradas da vida, já não tão cheia de sonhos e da juventude de outrora, ela repensa atos e fatos de sua vida.

Lembra saudosa do olhar terno do seu pai como a lhe dizer que tivesse cuidado com seus pensamentos, suas atitudes e com a vida como ela é...

Revê cada passo dado, cada um também não dado e sente em si um vazio.

Uma vida de esperanças, de expectativas, de lutas... Perdas, ganhos, tanta luta!

Olha para trás e vê a moça que um dia disse que iria conquistar o mundo, conquistou seu mundo, mas não o mundo que desejava.

Quando se vive pensando no futuro esquece-se do presente, vive-se de ilusão, se constrói castelos nas nuvens, que passam e que chovem e que levam a dor e a alegria.

Assim viveu Laurinha, assim ainda vive Laurinha... Sonhando, acreditando e lutando.

Dessa estória entendo que ela quer e que por sorte encontrará o que de verdade importa: a felicidade.

Dessa forma vivem muitas “Laurinhas”, conheci uma que de tanto esperar pelo que a vida tem de melhor, que sempre poderia vir algo melhor, esqueceu de viver o que tem nas mãos, esqueceu de olhar em volta, abriu mão do seu presente, hoje passado na triste ilusão de encontrar uma felicidade que nunca veio.

Vejo com tristeza exemplos de moças que deixam passar seu melhor momento, em nome de quê?

Em nome de uma instituição falida que é criar filhos, abrir mão de vida por alguém que nunca pediu para vir, mas que cobra de você o que está acima de suas forças e que sem perguntar se você está preparada, cresce e vai embora... Sua vida fica de novo vazia... Valeu? De certa forma; você se doou, cresceu também, mas quem vai devolver os anos dourados da juventude de sonhos, formaturas, fotos e álbuns jogados no lixo entre fraldas sujas e mamadeiras para lavar?

Aonde foi parar aquele super-herói que iria lhe proteger do mundo, se você acreditou só lamento por você.

Acorda enquanto você ainda está viva, levanta e vai à luta, briga, bata o pé, mas viva para que seu futuro não passe de uma lembrança amarga de um passado que você mesma optou em descartar, ninguém lhe pediu nada, lembre-se disso.

A sua vida pode começar aos 40 ou terminar nele... A escolha é sua.

Nessa fase da vida já não vale mais à pena questionar o que poderia ter sido ou não sua vida, vale acreditar que ainda há um sopro, um lufada de vida que vai lhe trazer aquilo que acredita que merece e que virá como resposta de uma pergunta que se calou durante anos dentro do coração sonhador de Laurinha...

Uma vez em sua vida não se arrependa do que fez, mas do que deixou de fazer e faça! Nunca é tarde o suficiente para realizar o realizável e isso só quem pode determinar é você mesmo.

Arrisque-se! Pior que errar e não errar, melhor que acertar e é ter acreditado na vitória, essa virá com mais sabor.

Abra as asas da liberdade, ainda que tardia e conquiste esse direito, é seu, é o seu momento que grita pela sua decisão, está esperando o quê para ser você mesmo?

Eu que não vou ficar aqui sentado com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar.

Fui à luta, estou descobrindo que tudo vale à pena e que há uma lição em cada ato escolhido, vá também se for capaz.

Serena, consciente de que perdas ainda virão e a vitória será conseqüência dessas escolhas é que declaro hoje, sou “Laurinha”, mas deixar de acreditar, nunca!

A vida leva e traz, faz e refaz e por que seria diferente para mim?

Finalmente inicia-se a verdadeira mudança está em meu caminho. E vou pegá-la já!



Suri.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Era Uma Vez... Ou Feliz (ES) Para Sempre?


Era Uma Vez... Ou Feliz (ES) Para Sempre?

Pensando outro dia nas coisas cotidianas, dei-me conta da infinidade de fatos, pessoas e coisas que ao longo do tempo consideramos irrelevantes, pouco necessárias e até por vezes inútil, até a hora em nos deparamos com a perda deles.

Temos o continuado hábito de não valorizarmos as pessoas que estão ali, quietinhas sempre à mão- até porque nem lhes oferecemos outra opção- e certos objetos que volteamos sem notarmos e por conseqüência disso, as horas e dias se passam sem que ao menos lhe digamos “muito obrigada!” “Ei! Isso é demais!”, mas chega uma hora em que essas mesmas pessoas se cansam e seguem seu caminho, os objetos se quebram e só então nos damos conta de que elas eram realmente importantes em nossas vidas...Aí bate uma tristeza, uma culpa danada daquelas que nada consegue fazer parar de doer na consciência e choramos veladamente, silenciosamente e internamente, incapazes de admitirmos que tudo foi nossa culpa. É tarde demais para arrependimentos. Calemos...


Quando criança, acreditamos que tudo acontecerá como em contos de fadas, em um passe de mágica, mas a vida não é um conto de fadas e construímos cada episódio desse nosso mundinho que parece, vai nos engolir de repente, diariamente.


“Era vez” não acontece sem fazermos por merecermos essa fase.


Primeiro devemos tomar consciência de que pessoas não são objetos e objetos jamais tomaram o seu lugar. Devíamos olhar para o outro e para nós mesmos e aprendermos a definir prioridades. Ser feliz é prioridade, viver é prioridade, amar é prioridade.


A maioria de nós sempre deixa para depois o que poderia ser a chave da felicidade, esquecemos de lançar aquele olhar carinhoso aos nossos amigos, as pessoas que realmente nos valorizam, aos nossos animais de estimação- eles também se vão um dia- e que farão uma falta tremenda em nossa vida. Um gesto, uma palavra... Depois, bem depois de todos acharem um caminho a seguir e no qual não temos acesso, vemos aí a tolice que fizemos.


Ontem um amigo me falou sobre uma pessoa que ele nem sequer se deu conta do papel que a outra desempenhava em sua vida, ao contrário, achava por tantas vezes que ela lhe atrapalhava, cobrava algo que ele jamais poderia dar-lhe em “troca” de sua amizade e vem um dia, um grande e belo dia, essa mesma pessoa que ficou ali tanto tempo em stand by, sai da bolha, alça vôo e ganha o lindo horizonte que nem sonhava ser tão grande e cheio de opções... Mas o meu amigo? Bem, ele agora admite que a outra pessoa tinha e tem um importância imensurável em sua vida... Que pena... Descobriu tudo tão tarde. Bom para a outra pessoa, que descobriu em tempo que não dependia dele para ser feliz e bom porque ela se arriscou jogando-se de cabeça em um novo mundo sabendo dos riscos que irá correr- que bom que irá correr riscos!- e ele ficou sem saber o que fazer, sentiu na pele o que ela já sentiu um dia, ficou sem chão... Ele sabia que um dia sem pássaro de asa ferida iria se curar, alçar esse vôo e ganhar o mundo, o problema é justamente esse que falei desde o início, nós temos o hábito de pensar que todos e tudo irá sempre girar ao nosso redor... Indefinidamente, eternamente.


Ele falou-me que no fundo ele nem pensava nessa atitude por parte da outra pessoa, nem sequer sabia que ela representava algo tão grande em sua vida... Bem, disse-lhe que lamentava por ele, que provavelmente ele um dia teve a chance de fazê-la ficar, de criar laços, fincar raízes e não o fez... Bom para ele aprender. Na próxima, com certeza, ele terá maior critério de avaliação de seus próprios valores.


A cada dia a vida se renova em uma dança minuciosa onde nós ou aprendemos a acompanhar seu ritmo ou ficamos lá na pista. Sozinhos.


Então, vai ficar aí olhando a vida passar e se arrepender depois ou vai correr a trás e se fazer do seu “Era uma vez” um lindo “Feliz (ES)”... Para Sempre?

Suri...

Era Uma Vez... Ou Feliz (ES) Para Sempre?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sarah Mclachlan - In The Arms Of The Angel

Sarah Mclachlan - In The Arms Of The Angel (Tradução)

Sarah Mclachlan - In The Arms Of The Angel

Esse é para sonhar com seu anjo...
Abraços,
Suri.

AS VOLTAS QUE ESSA VIDA DEU.

Às vezes o que achamos que a dor é apenas um sentimento negativo. Não é.

É ensaio para o amadurecimento, é a vida batendo em nossa porta e nos chamando para esse eufórico vai-vem que é lutar e ser feliz.

Temos o hábito de negar o novo. Medo talvez, isso é normal, isso é viver.

Cada momento é único seja ele bom ou não tão bom assim, mas é viver.

A idéia de uma vida sem problemas é sonho utópico de todos, mas será que valeria a pena?

E o sabor, o tempero das lágrimas pré-anunciando o gosto doce de vencer cada novo obstáculo?

Como saber o que é realmente bom, se nunca esperimentarmos algo que não o seja? Onde estaria a diferença? Afinal, já dizia Saint-Exupéry:
-"É preciso suportar as lagartas se quisermos conhecer a beleza das borboletas"

Isso nos torna seres únicos, de uma magnitude suprema... Entidades de Deus.

Anos chegam, ficam e vão... trazem alegrias, dores... E a vida continua.

De repente, as dores de ontem nem têm mais tanta força, dando lugar então a alegria de estarmos aqui vivos, felizes por ter a luta diária, companheira de todas as horas e por sentirmos que somos capazes e dotados de total superação.

Somos um milagre que nasce em cada gesto, cada palavra, um simples olhar, pensamentos...

Tudo acontece de forma singular e cada ser é assim; amigos existem para trazer-nos o sinal da grandiosidade da Presença Divina.

Veja que nas horas mais difíceis, Ele nos fala pela boca de nossos amigos. Apenas nós não entendemos direito, mas se analizarmos, cada momento difícil está sempre ladeado de bons amigos que lutam sorrindo, devotados a nós por amor, pela nossa vitória.
Nessas voltas que essa vida dá, somos levados por um turbilhão de emoções e ações, nos deparamos com o "monstro de nosso guarda-roupas" que insitimos em deixar escondido e que nos toma de assalto nas altas horas da madrugada.

Deixemos que ele saia e veremos que ele não era tão feio quanto imaginamos: Éramos nós, escondidos com medo de ver e encarar o novo e urrando de medo de sermos felizes.

De vez em quando é necessário um sacudida para que possamos parar e deixar as coisas fluirem. Chega de noites insones, de horas de angústia, de dores de estômago e de chateação!

Ora! Sejamos razoáveis, de que serve essa bolha que nos escondemos para procuramos a cura para as dores do mundo? Somos nós a cura de nós mesmos.

Somos o sopro suave qual brisa fresca de uma tarde da primavera, o cheiro das flores, a chuva molhando nossos cabelos no final do passeio, as ruas abarrotadas de rostos desconhecidos, cada um no seu mundinhho, somos cheiro da terra molhada, o rio que transborda na maré alta, a serenidade do mar em noites enluaradas permeadas de estrelas... Essas coisas cotidianas que acabam passando desapercebidas no final.

Somos a força, a coragem, somos vida!

Nem sempre podemos dizer que foi tudo bem, mas podemos sempre dizer que ficará melhor, sempre há algo por se fazer.

Quem não desejaria ter aquele amor do passado de volta em nossas vidas, repaginado, versão .0?

Falo do amor de verdade, aquele que não faz cobranças, que nos faz sentir liberdade, leveza e paz. Do desejo de estar sempre juntos, sem a obrigação de estar, mas sempre ao lado, física ou espiritualmente.

Conheço uma amiga, Helena que me contou um dia, que sonhou durante 20 anos com seu amor inacabado, arrancado dela sem chances de lutar, mas isso lhe deu forças para lutar e vencer; Sem esse amor, provavelmente ela seria amarga, triste... E o foi durante um bom tempo, durante muito tempo.

Mas esse sentimento que ela trouxera guardado com carinho em seu peito, correndo em suas veias, pulsando velado e humilde, sem nada pedir ou dizer, lhe dava apoio nas horas onde tudo parecia ter chegado ao fim, mas ela nunca imaginou que seria apenas o ensaio feliz de um recomeço.

Acho que tinha medo de si mesma, de sentir felicidade... Quem saberá de fato?

A lida diária fazia com que ela reagisse mecanicamente, institivamente, sobreviventemente.

Sem se dar conta que cada dia a tornava mais madura, mais forte, mais humana. Em um dado momento Helena, resolveu saltar do bonde e largar sua bagagem, andar pelas ruas sem culpa, sem se cobrar em ser perfeita, apenas sendo humana...

E resolveu então olhar para os lados, ver a luz do dia, permirtir-se sentir os aromas da vida.. E pasmem vocês, ela acordou enfim!

Na verdade anjos existem, acreditem! Ela mesma conheceu um em forma de amigo que lhe "sugeria" sempre: Opte por ser feliz, dispa-se de preconceitos!

Esses dois caminham juntos cada um com suas dúvidas, ele que mesmo jovem, sempre foi mais forte e a conduzia por uma estrada onde dores existiam, mas lhe mostrava a beleza das flores e ensinava à nossa heroína a ser gente, soltar as amarras e a tirar as mácaras que somos obrigados a usarmos para esconder a dor, mostrar de cara limpa que sim, nós devemos ser felizes, incondicionalmente! Isso não depende de ninguém, mas de nós.

Enquanto isso, nossa menina de 40 se tornava mulher de 20, aprendia a delícia de sorrir, de se permitir e sem ela esperar, não é que seu sonho se tornou realidade?

Seu amor voltou para ficar, veio em forma do homem maduro que um dia foi jovem como ela, que sentiu na pele as dores, que se não foram as mesmas, mas cortaram seu coração e também lhe tirava o sono, esse homem, menino grande teve que aprender a lutar, mas não teve a sorte de Helena... Lutou sozinho, levando com ele o mesmo sonho: encontrar sua Helena, que até então, julgava ele estar perdida num mar de rostos desconhecidos, uma lembrança doce da juventude, tatuada em sua alma.

Hoje segundo contam, começam os dois a aprender a viver o agora, estão se fortalecendo, crescendo e ajudando um ao outro a vencer a distância espacial que ainda têm que superar, mas aprendem juntos a soltar o controlador, a viver do que realmente importa e o que menos importa agora é sofrer.

A pouca experiência adquirida em anos de separação mostrou que tudo passa, mas o sentimento puro prevalece e já começam a colher os frutos dessa maturidade, só que sem a pressa da juvente, a urgência do aqui, agora que atropela a razão e cega o corção à verdade.

Ela sabe que tem uma vida que apenas começa a viver. Ele sabe que ela é sua vida e juntos sabem que não devem mais perder tempo com convenções demagógicas de uma sociedade hipócrita e materialista, que visa apenas o Eu Tenho.

Descobrem as delícias de uma nova vida, o resgate de uma juventude perdida, de uma vida que está começando agora, aos 40.

Helena está se tornando uma mulher forte, bonita por dentro e se sentindo bonita por fora. Seu amor por esse homem rompeu as barreiras da razão, do tempo, deu lugar a emoção. Esse homem, aprendeu a tirar seus preconceitos da alma e olhar com os olhos do coração, está seguro do que quer e lhe transmiite segurança, tranquilidade e a certeza de que tudo acaba sempre bem, que se ainda não está bem é porque ainda não acabou.

Bem, o resto dessa história de amor ainda está sendo escrita, vamos aguardar notícias dessa amiga e suas novidades. As dores e delícias de estar sendo a protagonista de um novo tempo, de uma história que começou sendo construída com um olhar, parou com um adeus- mesmo que temporário deu lugar as lutas, batalhas pessoais, perdas e ganhos ao longo do caminho, porém mesmo através das muitas lágrimas de ambos, teve uma base sólida feita em verdades que só eles sabem contar.

Então, doce amiga Helena, corra atrás do seu amor e volte para nos contar detalhes!

E a vida deu voltas... Mudanças estão começando a se concretizar!!!!



Dedico essas linhas à minha Helena, ao amor dela Ramon e ao anjo guardião Sr. Leonardo que sempre apostou nela.

Suri.

quarta-feira, 31 de março de 2010

BEYONCÈ. DIVA!!!!!!!

Halo
Beyoncé
Composição: Bogart E. Kidd / Beyonce Knowles / Ryan Tedder

Remember those walls I built
Well, baby they're tumbling down
And they didn't even put up a fight
They didn't even make up a sound

I found a way to let you in
But I never really had a doubt
Standing in the light of your halo
I got my angel now

It's like I've been awakened
Every rule I had you breaking
It's the risk that I'm taking
I ain't never gonna shut you out

Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace

You're everything I need and more
It's written all over your face
Baby I can feel your halo
Pray it won't fade away

Do your halo halo halo
I can see your halo halo halo
Do your halo halo halo
I can see your halo halo halo

Hit me like a ray of sun
Burning through my darkest night
You're the only one that I want
Think I'm addicted to your light

I swore I'd never fall again
But this don't even feel like falling
Gravity can't forget
To pull me back to the ground again

Feels like I've been awakened
Every rule I had you breaking
The risk that I'm taking
I'm never gonna shut you out

Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace

You're everything I need and more
It's written all over your face
Baby I can feel your halo
Pray it won't fade away

I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo
I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo

I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo
I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo
Halo, halo

Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace

You're everything I need and more
It's written all over your face
Baby I can feel your halo
Pray it won't fade away

I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo
I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo

I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo
I can feel your halo halo halo
I can see your halo halo halo


Eu ainda consegurei sentir o halo de alguém que me faça vibrar de emoção...

De Fagner a Milton.... tributos a minha dor e solidão....Quem sabe porque estou estou assim nem vai ler.

Pensamento
Fagner

Perdido em meus pensamentos
É que me encontro tão só
Na boca um sabor de veneno
No peito aquele nó
Esperando em qualquer caminho
Um dia te encontrar
Peito a peito, frente a frente
Meu amor o que é que há
Ah! meu amor a vida pode se acabar
Que queres mais que eu faça
Além do grito no ar
A ilusão do tempo a esperar por mim
Te quero o tempo todo perto de mim
Não sei o que é de direito
Mas tudo em mim é você
Quando é pra falar de amor
Já começo a enlouquecer
Ai coração faz o teu fogo arder
Naquele abraço amigo
Na noite que vai chover
Não sei o que é de direito
Mas tudo em mim é você
Quando é pra falar de amor
Já começo a enlouquecer
Ai coração faz o teu fogo arder
Naquele abraço amigo
Na noite que vai chover
Naquele abraço amigo


Travessia
Milton Nascimento
Composição: Milton Nascimento / Fernando Brant

Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar

Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar

Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar


Obrigada por tudo de bom e de ruim que você me deu...
Me ensina a ser mais forte e a aprender a viver sem você.
Estou bem, fique certo. Contudo, as marcas e cicatrizes servem para me lembrar que saí vencedora e ainda tenho forças para continuar a lutar por algo de bom, realmente enriquecedor em minha vida.
Seu amor é como folha de papel, caiu no fogo e se queimou...Arranje um outro amor, pois o meu...Acabou!
Suri.

Amar Alguém

Amar a alguém não é apenas ter a quem se amar... É sentir esse alguém que mesmo vivendo longe dos nossos olhos, está tão dentro de nosso peito.
É sentir a cada momento, um quê de emoção, comoção, edificação, surrealismo, utupia, misturar tudo isso e se saber que esta pessoa não sabe que você está suspirando quando o sol se põe, está sem dormir quando a madrugada chega, mesmo se sabe, finge não saber...
E daí? Ela foi consultada se gostaria de ser cortejada por você? Alguma vez, você lhe perguntou:
-Ei você, pessoinha! Quer entrar na minha vida, ser parte ativa de mim?
Mas é claro que não! Afinal por acaso, há amor por encomenda? Pode-se adiconar o "pó mágico" nos olhos de quem gostaríamos que nos visse com olhos brilhantes e com a magia do amor?!?
Meninos e meninas, caiam na real... Isto é impossível!
Depois vem aquela velha chatice de sempre: estou apaixonado!
E daí, lhe pergunto novamente, que é que essa pessoa tem haver com seus sentimentos mal resolvidos? Cobrar? Mas, cobrar o quê? De quem? Cobre-se! Não busque no outro o que habita em você.
Quer amar, ame.
Não quer amar, não ame e pronto!
Viva e deixe viver... morra se quiser,mas não mate ninguém com suas cobranças, delírios e queixumes. Chega!
Temos que reaprender a "ser" e não a "ter".
Nada possuímos nesta vida, porque dela nada levaremos, a não ser o desejo de continuarmos vivos dentro de alguém querido, um bom amigo ou uma amiga de verdade...
Eu andava perdida em meus pensamentos certo dia e me dei conta de quanto eu perco na minha vida, preocupada com a dor que senti e o medo de sentir de novo... Porém, se analizarmos friamente, estou ainda sentindo a mesma dor, só que por antecipação.
Suri.

Ao Cavelheiro Romântico- meu grande amigo poeta de Afogados da Ingazeira.

Tenho um sábio e jovem amigo, que cada dia me surpreende em me reconhecer melhor do que eu mesma.
Ele é de um senso crítico apurado, perspicaz, sincero até ao extremo...
Mas puro, nobre e um ser humano maravilhoso que me abre as janelas da alma com suas palavras que saem em tom de brincadeira ou não...
Contudo é a melhor pessoa que conheci até hoje, tem a coragem de me criticar na hora certa, abordando o tema "casquinha do dó-dói" na forma justa- leia-se aqui, que às vezes não aceito enxergar na hora, mas é só por fazer charme! No fundo, ele sempre tem razão, sou eu mesma quem me derrubo sozinha! Vejam, só do que ele foi capaz! Estou adimitindo um ponto fraco!
Esse cavalheiro romântico que se entitula assim mesmo "romântico" não tem reservas de si mesmo e nem com ninguém, é discreto, mas sabe temperar a amizade com gotas de felicidade e solidariedade, com olhos infantis, mas com a maturidade de um grande e humilde homem. Jovem, mas maduro!
Ele me mostra a cada momento, que devo sim viver a vida como ela é, como ela se mostrar para mim e como ela deve ser.
Com ele aprendo a cada instante, o sabor das traquinagens que nunca fiz- Mas veladamente, vivia querendo fazê-las!
Aprendo que eu sou a única pessoa que posso mudar e dar rumo ao que penso e acho da minha vida e ninguém tem nada a ver com isso, desde que eu seja fiel a mim mesma, não use meios excusos para exercer o direito de ser eu mesma e acima de tudo, está me ensinando a me amar, me aceitar como sou e a administar meus sentimentos, angústias e alegrias de forma leve e jovial.
Ele me devolveu o sabor da juventude através da sua amizade, do sorriso sempre maroto, mesmo com olhos de profunda tristeza, secretamente escondidos por esse mesmo sorriso; Quando seu peito arde e sua cabeça gira com tantos engasgos e ele mesmo quando silenciosamente grita ao mundo que ele também sofre... muitos não notam, então com muita classe, dignidade e aceitação, habilidade e acima de tudo, muita honra consegue dar a sua volta por cima e se sair vitorioso! Sempre que possível, pois nasceu vencedor, nasceu para brilhar no coração de Afogados da Ingazeira.
Meu menino poeta, meu amigo de todas as horas, ganhou minha confiança com uma baita bronca que me passou, mas se ele tivesse naquela hora sido omisso ou mesmo hipócrita e me acariciado ao ego, jamais essas palavras hoje saíriam de minha mente e seriam postadas nesta página.
Destesto gente falsa e bajuladora que fala de mim pelas costa! Que me torturem com a mais rude das verdades, mas jamais me iludão com a mais suave e doce mentira.
A você meu "Cavalheiro de Armadura Reluzente" - Salve Jorge! Seu Santo Protetor! E que digam os Caetaneadores:
"Vestido com as roupas e armas de Jorge!"
Suri.

quarta-feira, 24 de março de 2010

A DOR E O DESEJO

Sobre a dor:
-Definição:
...Sentimento subjetivo relacionado a sensação de mal-estar físico, psiquico ou ambos.
Doer por dentro é esconder dos outros o que lhe vai à alma. São escolhas que pareciam serem as melhores de todas as escolhas que poderia ter-se feito; mas não foi.
Doer por fora é externar as lágrimas que regam as suas lamentações internas, é conviver com sua bendita(?) escolha e levar a cabo em nome de quê? de quem? por quê e para quê?
Vale a pena? Talvez...Desculpas nunca irão faltar, isso é fato.
Inúmeras vezes e quase sempre, somos obrigados a levar adiante essa dor, seja ela opcional, vocacional, sei lá qual mais "al".
Teimosia, orgulho, medo.
Por quê tem que ser assim? onde está escrito que se pode mudar o começo e recomeçar do zero? Um livro, uma texto? não... Está em você, em sua negação e covardia, na ilusão de que tudo acaba bem e se ainda não está bem é porque ainda não acabou... Ledo engano, que pena você pensar que as pessoas mudam... aliás, mudar elas mudam, mudam com o que você lhes dá como ferramenta: sua omissão. Mas, se quiser você pode mudar o final... é só tentar!
Daí o príncipe ou princesa vira um belo sapão ou uma gigantesca rã feiosos e chatos!
Mas, fomos nós quem escolhemos; então por que mudar, para que?
Viva sua vidinha de frustações, auto punição, auto depreciação, culpe o outro pela sua falta de coragem!
Isso, se esconda atraz dos seus sonhos e fuja, fuja muito rápido de você... você pode se reencontar e querer mudar... E aí? como é que fica? Todo mundo lhe crucifica, afinal você tinha "tudo" para ser feliz(será?)!
Agora falando em amor, DESEJO:
-O que você deseja para si mesmo?
-É essa a realidade da sua escolha ou é seu desejo que tudo dê certo? Mesmo sabedo que papai noel é lenda... Fadas e Elfos não...
Para onde caminha aquele homem que sonhava alto, ou a mulher que sorria e se destacava nas festinhas?
Onde foram parar os "Reis da Formatura"?
Provavelmente entre as fraldas sujas, as contas para pagar, as rusgas diárias descontadas em cima daquilo que um dia já foi desejado por ambos. Que pena... o sonho acabou...
Mas o que é o DESEJO?
É estar feliz, soletrar com todas as suas forças e a plenos plumões:
-Eu amo minha vida!
Desejo é estar se sentindo vivo, fazendo nada, fazendo tudo...
Desejar é realizar o que se planejou durante uma existência de sonhos na juventude.
É aquela rosa colhida no jardim do vizinho, quase sorrateiramente...
Está no suor após o êxtase depois do amor feito por amor.
Amor é estar de bem com a vida e querer sempre estar de romance com você mesmo, liberar a fúria de paixões ardentes, sem lugar e nem hora ou dia marcados...
É o beijo "roubado" consentido pelos dois, momentos criados para a fuga perfeita, como se fazia antes, saindo de fininho, escondidinho da turma... risos! muitos risos!
É desejar estar naquele boteco sem graça e achar que tudo ali está maravilhoso, estamos à sós, enfim!
É aquele filminho "água com açúcar", no sofá da sala, pedindo a Deus( ou sabe-se lá!) para que ninguém venha, pois a sessão da tarde "esquenta" nas tardes de chuva por baixo do endredom onde só cabe nós dois...
E os beijos? onde foram parar os beijos? as carícias - e que carícias! Que eram uma constante?
A mesmice do dia-a-dia levou? ou você os entregou de bandeja à pura sorte( ou falta dela) e culpa o destino, a rotina, etc,etc, etc... Não está tudo dentro da sua cabeça ou mesmo já está fora dela.
Faça diferente! Reinvente o desejo, fuja da dor! Deseje! Ame!
Nada vale a pena, ninguém vale a pena se não for por amor mútuo...
Casamento, filhos, convivência a dois é mais uma das muitas convenções criadas por pessoas comodistas, que engordam seus corpos que um dia foram fonte de desejo ardente e hoje se resume em :
-Você pega a menina na condução ou quer que eu vá?
Quando na realidade, você quer mandar tudo às favas! tomar um banho MA-RA-VI-LHO-SO - Se possível à dois! com muitos óleos aromáicos, velas, incesos ou nada disso, só a ága escorrendo como o viço queescorre em seu corpo...
Ou outro balde de água fria naquela perguntinha chata:
-Você quer o que para jantar?
Quando na verdade temos é vontade de tomar aquele mesmo banho de "estrela" e nos benzuntar de cremes maravilhosos e fazer muito amor gostoso e depois comer aquele sandubinha que comíamos antes ou sair pura e simplesmente para respirar ar puro e olhar o céu, ver a Lua, a chuva, correr na chuva sim, porque não? beijos molhados pela chuva que cai, cúmplice por grudar aquela camiseta branca e transparente, aumentando o desejo que exala pelos poros de ambos e sorrir... sorrir do que nem tem graça, mas que tem uma graça!
Encarar aquele "sopão de saquinho" feito (muito mal feito), mas que faz parte do "ritual" para comê-lo com aquele pãozinho de ontem- ninguém se lembrou de ir à padaria, já é quase meia noite!
Então se sorri e se come assim mesmo ou nem se come...
Voltamos ao desejo ardente de ir para a cama, o balcão de pratos, a mesa da sala, o sofá, o banheiro, o terraço, o quintal, a rede... Qualquer lugar onde caiba apenas nós dois...
Para que sentir tanta dor? quando temos em nossas mãos a chave da felicidade?
Temos desejo!
Então lute! saia dessa vida! Viva intensamente, aqui, agora e crie seu Universo Alternativo, pois..."faça o que quiser, pois está tudo dentro da lei...da lei...Viva a Sociedade Alternativa!
Essa dissertação, você que está lendo já sabe para quem é...
Dizem que promessa não é dívida, é dúvida...
Mas eu costumo cumprir o que prometo... Sempre!
Desejo que você deseje ser feliz ou pelo menos tente!
Suri.

terça-feira, 23 de março de 2010

Amor- por Clarisse Lispector

Último texto
Amor

Clarice Lispector


Um pouco cansada, com as compras deformando o novo saco de tricô, Ana subiu no bonde. Depositou o volume no colo e o bonde começou a andar. Recostou-se então no banco procurando conforto, num suspiro de meia satisfação.

Os filhos de Ana eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada vez mais completos. A cozinha era enfim espaçosa, o fogão enguiçado dava estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. E cresciam árvores. Crescia sua rápida conversa com o cobrador de luz, crescia a água enchendo o tanque, cresciam seus filhos, crescia a mesa com comidas, o marido chegando com os jornais e sorrindo de fome, o canto importuno das empregadas do edifício. Ana dava a tudo, tranqüilamente, sua mão pequena e forte, sua corrente de vida.

Certa hora da tarde era mais perigosa. Certa hora da tarde as árvores que plantara riam dela. Quando nada mais precisava de sua força, inquietava-se. No entanto sentia-se mais sólida do que nunca, seu corpo engrossara um pouco e era de se ver o modo como cortava blusas para os meninos, a grande tesoura dando estalidos na fazenda. Todo o seu desejo vagamente artístico encaminhara-se há muito no sentido de tornar os dias realizados e belos; com o tempo, seu gosto pelo decorativo se desenvolvera e suplantara a íntima desordem. Parecia ter descoberto que tudo era passível de aperfeiçoamento, a cada coisa se emprestaria uma aparência harmoniosa; a vida podia ser feita pela mão do homem.

No fundo, Ana sempre tivera necessidade de sentir a raiz firme das coisas. E isso um lar perplexamente lhe dera. Por caminhos tortos, viera a cair num destino de mulher, com a surpresa de nele caber como se o tivesse inventado. O homem com quem casara era um homem verdadeiro, os filhos que tivera eram filhos verdadeiros. Sua juventude anterior parecia-lhe estranha como uma doença de vida. Dela havia aos poucos emergido para descobrir que também sem a felicidade se vivia: abolindo-a, encontrara uma legião de pessoas, antes invisíveis, que viviam como quem trabalha — com persistência, continuidade, alegria. O que sucedera a Ana antes de ter o lar estava para sempre fora de seu alcance: uma exaltação perturbada que tantas vezes se confundira com felicidade insuportável. Criara em troca algo enfim compreensível, uma vida de adulto. Assim ela o quisera e o escolhera.

Sua precaução reduzia-se a tomar cuidado na hora perigosa da tarde, quando a casa estava vazia sem precisar mais dela, o sol alto, cada membro da família distribuído nas suas funções. Olhando os móveis limpos, seu coração se apertava um pouco em espanto. Mas na sua vida não havia lugar para que sentisse ternura pelo seu espanto — ela o abafava com a mesma habilidade que as lides em casa lhe haviam transmitido. Saía então para fazer compras ou levar objetos para consertar, cuidando do lar e da família à revelia deles. Quando voltasse era o fim da tarde e as crianças vindas do colégio exigiam-na. Assim chegaria a noite, com sua tranqüila vibração. De manhã acordaria aureolada pelos calmos deveres. Encontrava os móveis de novo empoeirados e sujos, como se voltassem arrependidos. Quanto a ela mesma, fazia obscuramente parte das raízes negras e suaves do mundo. E alimentava anonimamente a vida. Estava bom assim. Assim ela o quisera e escolhera.

O bonde vacilava nos trilhos, entrava em ruas largas. Logo um vento mais úmido soprava anunciando, mais que o fim da tarde, o fim da hora instável. Ana respirou profundamente e uma grande aceitação deu a seu rosto um ar de mulher.

O bonde se arrastava, em seguida estacava. Até Humaitá tinha tempo de descansar. Foi então que olhou para o homem parado no ponto.

A diferença entre ele e os outros é que ele estava realmente parado. De pé, suas mãos se mantinham avançadas. Era um cego.

O que havia mais que fizesse Ana se aprumar em desconfiança? Alguma coisa intranqüila estava sucedendo. Então ela viu: o cego mascava chicles... Um homem cego mascava chicles.

Ana ainda teve tempo de pensar por um segundo que os irmãos viriam jantar — o coração batia-lhe violento, espaçado. Inclinada, olhava o cego profundamente, como se olha o que não nos vê. Ele mascava goma na escuridão. Sem sofrimento, com os olhos abertos. O movimento da mastigação fazia-o parecer sorrir e de repente deixar de sorrir, sorrir e deixar de sorrir — como se ele a tivesse insultado, Ana olhava-o. E quem a visse teria a impressão de uma mulher com ódio. Mas continuava a olhá-lo, cada vez mais inclinada — o bonde deu uma arrancada súbita jogando-a desprevenida para trás, o pesado saco de tricô despencou-se do colo, ruiu no chão — Ana deu um grito, o condutor deu ordem de parada antes de saber do que se tratava — o bonde estacou, os passageiros olharam assustados.

Incapaz de se mover para apanhar suas compras, Ana se aprumava pálida. Uma expressão de rosto, há muito não usada, ressurgia-lhe com dificuldade, ainda incerta, incompreensível. O moleque dos jornais ria entregando-lhe o volume. Mas os ovos se haviam quebrado no embrulho de jornal. Gemas amarelas e viscosas pingavam entre os fios da rede. O cego interrompera a mastigação e avançava as mãos inseguras, tentando inutilmente pegar o que acontecia. O embrulho dos ovos foi jogado fora da rede e, entre os sorrisos dos passageiros e o sinal do condutor, o bonde deu a nova arrancada de partida.

Poucos instantes depois já não a olhavam mais. O bonde se sacudia nos trilhos e o cego mascando goma ficara atrás para sempre. Mas o mal estava feito.

A rede de tricô era áspera entre os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido e estar num bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma estranha música, o mundo recomeçava ao redor. O mal estava feito. Por quê? Teria esquecido de que havia cegos? A piedade a sufocava, Ana respirava pesadamente. Mesmo as coisas que existiam antes do acontecimento estavam agora de sobreaviso, tinham um ar mais hostil, perecível... O mundo se tornara de novo um mal-estar. Vários anos ruíam, as gemas amarelas escorriam. Expulsa de seus próprios dias, parecia-lhe que as pessoas da rua eram periclitantes, que se mantinham por um mínimo equilíbrio à tona da escuridão — e por um momento a falta de sentido deixava-as tão livres que elas não sabiam para onde ir. Perceber uma ausência de lei foi tão súbito que Ana se agarrou ao banco da frente, como se pudesse cair do bonde, como se as coisas pudessem ser revertidas com a mesma calma com que não o eram.

O que chamava de crise viera afinal. E sua marca era o prazer intenso com que olhava agora as coisas, sofrendo espantada. O calor se tornara mais abafado, tudo tinha ganho uma força e vozes mais altas. Na Rua Voluntários da Pátria parecia prestes a rebentar uma revolução, as grades dos esgotos estavam secas, o ar empoeirado. Um cego mascando chicles mergulhara o mundo em escura sofreguidão. Em cada pessoa forte havia a ausência de piedade pelo cego e as pessoas assustavam-na com o vigor que possuíam. Junto dela havia uma senhora de azul, com um rosto. Desviou o olhar, depressa. Na calçada, uma mulher deu um empurrão no filho! Dois namorados entrelaçavam os dedos sorrindo... E o cego? Ana caíra numa bondade extremamente dolorosa.

Ela apaziguara tão bem a vida, cuidara tanto para que esta não explodisse. Mantinha tudo em serena compreensão, separava uma pessoa das outras, as roupas eram claramente feitas para serem usadas e podia-se escolher pelo jornal o filme da noite - tudo feito de modo a que um dia se seguisse ao outro. E um cego mascando goma despedaçava tudo isso. E através da piedade aparecia a Ana uma vida cheia de náusea doce, até a boca.

Só então percebeu que há muito passara do seu ponto de descida. Na fraqueza em que estava, tudo a atingia com um susto; desceu do bonde com pernas débeis, olhou em torno de si, segurando a rede suja de ovo. Por um momento não conseguia orientar-se. Parecia ter saltado no meio da noite.

Era uma rua comprida, com muros altos, amarelos. Seu coração batia de medo, ela procurava inutilmente reconhecer os arredores, enquanto a vida que descobrira continuava a pulsar e um vento mais morno e mais misterioso rodeava-lhe o rosto. Ficou parada olhando o muro. Enfim pôde localizar-se. Andando um pouco mais ao longo de uma sebe, atravessou os portões do Jardim Botânico.

Andava pesadamente pela alameda central, entre os coqueiros. Não havia ninguém no Jardim. Depositou os embrulhos na terra, sentou-se no banco de um atalho e ali ficou muito tempo.

A vastidão parecia acalmá-la, o silêncio regulava sua respiração. Ela adormecia dentro de si.

De longe via a aléia onde a tarde era clara e redonda. Mas a penumbra dos ramos cobria o atalho.

Ao seu redor havia ruídos serenos, cheiro de árvores, pequenas surpresas entre os cipós. Todo o Jardim triturado pelos instantes já mais apressados da tarde. De onde vinha o meio sonho pelo qual estava rodeada? Como por um zunido de abelhas e aves. Tudo era estranho, suave demais, grande demais.

Um movimento leve e íntimo a sobressaltou — voltou-se rápida. Nada parecia se ter movido. Mas na aléia central estava imóvel um poderoso gato. Seus pêlos eram macios. Em novo andar silencioso, desapareceu.

Inquieta, olhou em torno. Os ramos se balançavam, as sombras vacilavam no chão. Um pardal ciscava na terra. E de repente, com mal-estar, pareceu-lhe ter caído numa emboscada. Fazia-se no Jardim um trabalho secreto do qual ela começava a se aperceber.

Nas árvores as frutas eram pretas, doces como mel. Havia no chão caroços secos cheios de circunvoluções, como pequenos cérebros apodrecidos. O banco estava manchado de sucos roxos. Com suavidade intensa rumorejavam as águas. No tronco da árvore pregavam-se as luxuosas patas de uma aranha. A crueza do mundo era tranqüila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos.

Ao mesmo tempo que imaginário — era um mundo de se comer com os dentes, um mundo de volumosas dálias e tulipas. Os troncos eram percorridos por parasitas folhudas, o abraço era macio, colado. Como a repulsa que precedesse uma entrega — era fascinante, a mulher tinha nojo, e era fascinante.

As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico que apodrecia. Quando Ana pensou que havia crianças e homens grandes com fome, a náusea subiu-lhe à garganta, como se ela estivesse grávida e abandonada. A moral do Jardim era outra. Agora que o cego a guiara até ele, estremecia nos primeiros passos de um mundo faiscante, sombrio, onde vitórias-régias boiavam monstruosas. As pequenas flores espalhadas na relva não lhe pareciam amarelas ou rosadas, mas cor de mau ouro e escarlates. A decomposição era profunda, perfumada... Mas todas as pesadas coisas, ela via com a cabeça rodeada por um enxame de insetos enviados pela vida mais fina do mundo. A brisa se insinuava entre as flores. Ana mais adivinhava que sentia o seu cheiro adocicado... O Jardim era tão bonito que ela teve medo do Inferno.

Era quase noite agora e tudo parecia cheio, pesado, um esquilo voou na sombra. Sob os pés a terra estava fofa, Ana aspirava-a com delícia. Era fascinante, e ela sentia nojo.

Mas quando se lembrou das crianças, diante das quais se tornara culpada, ergueu-se com uma exclamação de dor. Agarrou o embrulho, avançou pelo atalho obscuro, atingiu a alameda. Quase corria — e via o Jardim em torno de si, com sua impersonalidade soberba. Sacudiu os portões fechados, sacudia-os segurando a madeira áspera. O vigia apareceu espantado de não a ter visto.

Enquanto não chegou à porta do edifício, parecia à beira de um desastre. Correu com a rede até o elevador, sua alma batia-lhe no peito — o que sucedia? A piedade pelo cego era tão violenta como uma ânsia, mas o mundo lhe parecia seu, sujo, perecível, seu. Abriu a porta de casa. A sala era grande, quadrada, as maçanetas brilhavam limpas, os vidros da janela brilhavam, a lâmpada brilhava — que nova terra era essa? E por um instante a vida sadia que levara até agora pareceu-lhe um modo moralmente louco de viver. O menino que se aproximou correndo era um ser de pernas compridas e rosto igual ao seu, que corria e a abraçava. Apertou-o com força, com espanto. Protegia-se tremula. Porque a vida era periclitante. Ela amava o mundo, amava o que fora criado — amava com nojo. Do mesmo modo como sempre fora fascinada pelas ostras, com aquele vago sentimento de asco que a aproximação da verdade lhe provocava, avisando-a. Abraçou o filho, quase a ponto de machucá-lo. Como se soubesse de um mal — o cego ou o belo Jardim Botânico? — agarrava-se a ele, a quem queria acima de tudo. Fora atingida pelo demônio da fé. A vida é horrível, disse-lhe baixo, faminta. O que faria se seguisse o chamado do cego? Iria sozinha... Havia lugares pobres e ricos que precisavam dela. Ela precisava deles... Tenho medo, disse. Sentia as costelas delicadas da criança entre os braços, ouviu o seu choro assustado. Mamãe, chamou o menino. Afastou-o, olhou aquele rosto, seu coração crispou-se. Não deixe mamãe te esquecer, disse-lhe. A criança mal sentiu o abraço se afrouxar, escapou e correu até a porta do quarto, de onde olhou-a mais segura. Era o pior olhar que jamais recebera. Q sangue subiu-lhe ao rosto, esquentando-o.

Deixou-se cair numa cadeira com os dedos ainda presos na rede. De que tinha vergonha?

Não havia como fugir. Os dias que ela forjara haviam-se rompido na crosta e a água escapava. Estava diante da ostra. E não havia como não olhá-la. De que tinha vergonha? É que já não era mais piedade, não era só piedade: seu coração se enchera com a pior vontade de viver.

Já não sabia se estava do lado do cego ou das espessas plantas. O homem pouco a pouco se distanciara e em tortura ela parecia ter passado para o lados que lhe haviam ferido os olhos. O Jardim Botânico, tranqüilo e alto, lhe revelava. Com horror descobria que pertencia à parte forte do mundo — e que nome se deveria dar a sua misericórdia violenta? Seria obrigada a beijar um leproso, pois nunca seria apenas sua irmã. Um cego me levou ao pior de mim mesma, pensou espantada. Sentia-se banida porque nenhum pobre beberia água nas suas mãos ardentes. Ah! era mais fácil ser um santo que uma pessoa! Por Deus, pois não fora verdadeira a piedade que sondara no seu coração as águas mais profundas? Mas era uma piedade de leão.

Humilhada, sabia que o cego preferiria um amor mais pobre. E, estremecendo, também sabia por quê. A vida do Jardim Botânico chamava-a como um lobisomem é chamado pelo luar. Oh! mas ela amava o cego! pensou com os olhos molhados. No entanto não era com este sentimento que se iria a uma igreja. Estou com medo, disse sozinha na sala. Levantou-se e foi para a cozinha ajudar a empregada a preparar o jantar.

Mas a vida arrepiava-a, como um frio. Ouvia o sino da escola, longe e constante. O pequeno horror da poeira ligando em fios a parte inferior do fogão, onde descobriu a pequena aranha. Carregando a jarra para mudar a água - havia o horror da flor se entregando lânguida e asquerosa às suas mãos. O mesmo trabalho secreto se fazia ali na cozinha. Perto da lata de lixo, esmagou com o pé a formiga. O pequeno assassinato da formiga. O mínimo corpo tremia. As gotas d'água caíam na água parada do tanque. Os besouros de verão. O horror dos besouros inexpressivos. Ao redor havia uma vida silenciosa, lenta, insistente. Horror, horror. Andava de um lado para outro na cozinha, cortando os bifes, mexendo o creme. Em torno da cabeça, em ronda, em torno da luz, os mosquitos de uma noite cálida. Uma noite em que a piedade era tão crua como o amor ruim. Entre os dois seios escorria o suor. A fé a quebrantava, o calor do forno ardia nos seus olhos.

Depois o marido veio, vieram os irmãos e suas mulheres, vieram os filhos dos irmãos.

Jantaram com as janelas todas abertas, no nono andar. Um avião estremecia, ameaçando no calor do céu. Apesar de ter usado poucos ovos, o jantar estava bom. Também suas crianças ficaram acordadas, brincando no tapete com as outras. Era verão, seria inútil obrigá-las a dormir. Ana estava um pouco pálida e ria suavemente com os outros. Depois do jantar, enfim, a primeira brisa mais fresca entrou pelas janelas. Eles rodeavam a mesa, a família. Cansados do dia, felizes em não discordar, tão dispostos a não ver defeitos. Riam-se de tudo, com o coração bom e humano. As crianças cresciam admiravelmente em torno deles. E como a uma borboleta, Ana prendeu o instante entre os dedos antes que ele nunca mais fosse seu.

Depois, quando todos foram embora e as crianças já estavam deitadas, ela era uma mulher bruta que olhava pela janela. A cidade estava adormecida e quente. O que o cego desencadeara caberia nos seus dias? Quantos anos levaria até envelhecer de novo? Qualquer movimento seu e pisaria numa das crianças. Mas com uma maldade de amante, parecia aceitar que da flor saísse o mosquito, que as vitórias-régias boiassem no escuro do lago. O cego pendia entre os frutos do Jardim Botânico.

Se fora um estouro do fogão, o fogo já teria pegado em toda a casa! pensou correndo para a cozinha e deparando com o seu marido diante do café derramado.

— O que foi?! gritou vibrando toda.

Ele se assustou com o medo da mulher. E de repente riu entendendo:

— Não foi nada, disse, sou um desajeitado. Ele parecia cansado, com olheiras.

Mas diante do estranho rosto de Ana, espiou-a com maior atenção. Depois atraiu-a a si, em rápido afago.

— Não quero que lhe aconteça nada, nunca! disse ela.

— Deixe que pelo menos me aconteça o fogão dar um estouro, respondeu ele sorrindo.

Ela continuou sem força nos seus braços. Hoje de tarde alguma coisa tranqüila se rebentara, e na casa toda havia um tom humorístico, triste. É hora de dormir, disse ele, é tarde. Num gesto que não era seu, mas que pareceu natural, segurou a mão da mulher, levando-a consigo sem olhar para trás, afastando-a do perigo de viver.

Acabara-se a vertigem de bondade.

E, se atravessara o amor e o seu inferno, penteava-se agora diante do espelho, por um instante sem nenhum mundo no coração. Antes de se deitar, como se apagasse uma vela, soprou a pequena flama do dia.


Texto extraído no livro “Laços de Família”, Editora Rocco – Rio de Janeiro, 1998, pág. 19, incluído entre “Os cem melhores contos brasileiros do século”, Editora Objetiva – Rio de Janeiro, 2000, seleção de Ítalo Moriconi.

*Aqui se define para mim a alma de uma mulher que vive uma vida que não é sua, mas que por escolha- feliz ou infeliz- precisa continuar vivendo... Como eu vivi...Mas, não quero mais isso, não quero ser uma "Ana" eu quero mais!
Não quero pensar na juventude desperdiçada e nem no "cego" em que me tornei, mascando um chicle para poder sorrir ou não...
Quero o cheiro das flores e frutos, não quero estouros de fogão... Quero estourar o fogão!
Nada de maridos, nem de filhos perfeitos, quero o mundo real, andar de cabeça erguida e re-escolher minha vida, quero ser feliz! De verdade!
Não serei a sombra de uma "felicidade melada de gemas de ovos", serei eu, serei aquela que grita na condução da minha vida, que muda os "móveis" da minha alma e que não precisa se refugiar em uma vida mais ou menos para se sentir gente de verdade.
Buscarei a brisa da noite em mim, a luz da lua e a liberdade das ruas...
Suri.
Eu não serei "Ana"!

Escrever para manter-me VIVA!-Clarisse Lispetor

-Entrevista do J.C com Clarisse em 1976.

J.C. "— Por que você escreve?

C.L. "— Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?"

J.C. "— Por que bebo água? Porque tenho sede."

C.L. "— Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva."...

----Palavras voam, a escrita fica para sempre...

Escrever é despir-me dos sentimentos da alma... É expor minha essência sem medos de crítcas, afinal, só as árvores com frutos levam pedradas, pois todos querem sentir o sabor doce de seus frutos, ou indo mais adiante, apenas me mostrar como sou: humana...
Escrevo para continuar viva, sem meus textos quem seria eu? Vulto icógnito de uma vida sem motivos, sem desejos, sem a ansiedade de ser livre e poder viajar em meus mais profundos delírios e realidades?
Escrever é matar a minha sede de viver e libertar minha alma que vive cativa em um mundo interior precisando de ar, de se alimentar do grito que morre dia após dia abafado em minhas entranhas e precisa sair, fugir... Sim, eu preciso disso.
É dar mostras de quem eu sou e que posssuo uma alma, sou coração, sou consciência viva e tenho o direito sim de dizer o que penso sem reservas, sem medos dos meus inúmeros porões onde habitam meus fantasmas, alucinações, as minhas angústias e minhas poucas alegrias e fantasias - as mais secretas, as mais descaradas, mais puras, mais profanas, qe vvem dentro da santa e da mundana que dualmente dividem meu corpo, sem pedir licença, apenas me martilizando nas noites mal dormidas, nas horas em que desejo fugir de mim, sair desse corpo, desse fardo que carrego.
Sou reflexo de quem nunca pude ser e desejo de alguém que poderia ter dado certo, um projeto? talvez... Mas grandes obras se iniciam neles... Projetos.
Projetar-me no mundo, viver a vida, realizar sonhos castrados de uma juventude desperdiçada com sonhos... Afinal, viver não é apenas sonhar, a palavra VIDA diz tudo: é arriscar-se, é fazer um body jumping alucinado, psicodélico e sentir o sabor da adrenalina correndo em nossas veias, é sorrir, é chorar, chorar de sorrir , sorrir até chorar, é gritar se necessário, é conter-se, é perder a pôse e jogar tudo para alto, mandar todos os pudores hipócritas criados por pessoas hipócritas de uma sociedade totalmente hipócrita, tudo isso às favas! É ser utópica, realista, "enfiar o pé na jaca" e o dedo na garganta e colocar para fora aquilo que não se digeriu - a fúria de anos de castração, de ser a "garotinha boa", que é torturada pela garotinha má(escondida de mim mesma e morre de rir!).
Quando solto meus dedos colocando em palavras aquilo que me vem de dentro, sinto-me feliz, porque isso ninguém, absolutamente ninguém poderá me tirar... E, olha que já me levaram tudo, mas nunca levaram meus pensamentos ( e nem tentem!).
Viver é mais que estar viva, é sentir-se viva e isso começo a fazer à partir de agora; minhas palavras representaram minha alma, entã despudoradamente eu colocarei aqui, em qualquer outro lugar, tudo que fui, mas que nunca existiu.
Hoje decidi continuar a viver, decidi continuar a escrever e sobreviverei a mim mesma, travarei uma luta incansável com a minha auto-censura... Ei! por falar nisso, já não acabou a censura? Em que mundo desejo viver? No limbo dos pensamentos de uma garotinha assustada ou de uma mulher que em pleno auge da vida tenta se aceitar?
Opto por ser mulher, porque gosto de ser livre e ser mulher, gosto do vento nos cabelos e na pele o calor do sol, da chuva que cai no final da tarde e do pôr do sol que vem sereno me dando a certeza que amanhã será outro dia.
Suri.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Amor a distância dá certo?

Já é difícil quando estamos juntos, próximos...
Lancei o desafio:
Amar a distância dá certo?
Idiomas diferentes são obstáculos?
Costumes, roupas, tradições... Tudo isso que em nossa cultura se torna muitas vezes insuportável, poderia dar certo à distância?
Seria mesmo verdade que o amor se constrói através, não do que vêem os olhos, mas sim do que conquista o coração?
Bem, quem já viveu um amor assim, por favor, me responda... Pode custar a minha felicidade...
Seria como atirar no escuro? ou acreditar que destino existe mesmo?
Bom, não sei e não estou pronta para saber se quero saber da verdade...
É tão bom saber que alguém nos deseja(mesmo que seja a doce mentira...), melhor do que viver uma eternidade sem sentir que se está viva! que seu coração bate mais forte quando você está ao telefone, muitas vezes gaguejando palavras inetelingíveis para muitos de nós... mas parece que força gravitacional lhe impele para isso, como mariposas atraídas pela luz- luz que as matará:
O desejo incontestável de conhecer o desconhecido... O poder que exerce através de uma maquininha inventada para aproximar(?) as pessoas, cruzar espaços, oceanos, fusos horários e lhe fazer se sentir querida...
E o que fazer com o desejo quando a conversa esquenta??????
Caramba, complicada essa vida da gente, hein?
Outro dia, estava eu vagando pela noite afora na net e me vi teclando -sempre acontece isso comigo-mantenho tudo à distância por medo de se feliz ou de nunca ser feliz e como dizia teclava com um novo amigo, mas que se tornou querido para mim... Seu jeito doce, suas palavras ternas, sua maneira de me focar de me dizer coisas que eu realmente entendo e de sutilmente(?) iniciar uma paquera virtual, na qual embarquei e nem sei se agi certo ou errado... Tem gente demais envolvida e pelo que vejo, parece que ele "AMARELOU", RS!
Ele conversou por horas e...sumiu!
Será que tenho um letreiro na testa escrito em neon, em letras garrafais:
-Keep out! Warning! Woman single need one man to live happyness?
Outras vezes me pego a teclar por horas a fio com uma pessoa a quem apenas conheço virtualmente, mas que me diz justamente o que quero ler... E cara! é muito lindo!
Não sou do tipo que tenho sorte com homens maduros, ao contrário, terei de fazer especialização em puericultura, rs! Devo ter cheiro de leite de peito, rs!
O que há com os homens agora?
Se escondem atraz de um micro para se defenderem de seus sentimentos? ou será pura malícia, nova estratégia de massacre psicológico com nós mulheres? Por quê tanto medo de aproximação?
Conheço um rapaz que é o "sonho de consumo" de qualquer jovem mulher( até das não são tão jovens!). Ele é implesmente um doce, inteligente, culto, perspicaz, guerreiro, com olhinhos infantis, mas, no entanto ainda se mantém sozinho...
Por que? Talvez porque se mostra como é: um romântico incorrigível, um perfeito amante à moda antiga, mas muito bem repaginado!
Misto de menino travesso, jeito de homem decidido, liberto de preconceitos Mecadentes de uma sociedade falida; Mas cadê sua cara metade?
Mulheres! cadê vocês?
Muitas como eu choram porque "apanham", já outras, pelo simples fato de que não têm quem lhes "dêem boas lições", mas também, fazer o que? Já fui jovem um dia e rebolei pra caramba, esse é o grande defeito da pouca idade:
- Se achar que seremos "forever yong"...
Hoje, eu fico olhando o passado e pensando, quanto tempo perdi com o supérfluo, comfutilidades, que só depois que se perde a juventude se tem direito ao dicernimento? Nossa! Quanta covardia!
Só queria duas coisas, tipo kit básico de sobrevivência:
-1ª ter a experiência que tenho hoje há 15 anos atrás....
-2ª ter a juventude de 15 anos atrás há meu favor hoje...
Simples assim!
Por que falo tanto em ter alguém?
-Por quanto tempo você já ficou isolado no meio da multidão?
-Por quantas vezes você não queria ter que ficar sozinho de verdade, mas não teve escolha?
-Numere as vezes em qe você realmente, seja sincero, desejoou um ombro macio para simplesmente encostar sua cabeça e/ou dividir sua cama imensa numa noite que nunca tem fim com alguém realmente especial? Sentar de meião em fente a TV num dia chuvoso, enroladinho em uma manta aconchegante e comer biscostos de chocolate assistindo um daqueles filminhos velhos, que tantas vezes já passou, mas o prazer de dividir uma xícara de café quentinho, um leitinho morno e o ronronar no peito aconchegante de uam pessoa que faz toda a diferênça?
Se não pode responder a essas perguntas, então você está de parabéns! A vida foi e é maravilhosamente Mãe com você!
Lembre-se:
-O sol nasceu para todos... mas, a sombra é privilégio de alguns.
Vou seguindo nesse caminho à espera de dias mais claros e menos chuvosos, noites mais curtas e sem fantasmas... uma vidina mais ou menos, porém que me faça feliz de verdade!
Ficam aí, várias perguntas que não querem calar... e merecem respostas.
Namastê!

Anjos e Demônios

Segredos da noite...
Anjos e/ou demônios, quem se esconde atraz da luz lúgubre do luar ou nas noites sem luar?
Cada um de nós têm seus porões... Neles se escondem a "baguncinha" que criamos em nossas mentes e tentamos esconder de nós mesmos, através da muitas máscaras de improviso que somente à luz da noite caem.
Temos sempre um lado anjo- Dedicado, amigo, compreensivo...Será mesmo?
Será que não é só mais uma máscara para despistar a tristeza e ser aceito num mundo onde quem se mostra de verdade, rosto limpo, paga o preço de ser um Mutante? Como diz um amado amigo também escritor- Leia-se, o mais incrível que conheço! Porque os outros são ótimos, mas não vivi em seus tempos viva Clarisse e Cecília, cada uma em seu estilo).
Nosso demônio oculto está sempre rodeando os nossos pensamentos e tentando nos puxar para baixo(quase sempre ele consegue, pelo menos comigo, mas não tenho vergonha de ser autêntica!). Cada vez mais tentando-nos a comertermos pequenos "pecadinhos", quase sempre seguidos de um: -Foi necessário agir dessa forma! Justificativa para desculpar nosso lado humano e imperfeito e redimir a culpa por sermos maravilhosamente feitos de emoção? Talvez!
Atire a primeira pedra aquele que nunca teve seus momentos "Anjos e/ou Demônios"!
Ao cair da noite, caem as máscaras, as reservas, os códigos de honra e todos viramos simples mortais e podemos então ver diante do espelho da vida que nascemos para errar para aprendermos a não errar.
É durante a noite que, podemos deixar baixar as cortinas e retirar toda a maquiagem que nos torna Ursinhos Carinhosos e nos deixar levar pelo que há de mais verdadeiro no ser humano: O Sentimento Verdadeiro! Aquele que temos correndo em nossas veias desde a concepção; a necessidade de sermos felizes, termos paz.
Então que caia a noite e desmascare todos os mecanismos de defesa, que haja mais brilho ao olhar a noite, com ou sem luar e que possamos através das nossas verdadeiras fraquezas, fazermos a nossa fortaleza; armar nossos corações de amor puro e incondicional; por que se afastar de quem está lhe trazendo transtornos? encare-o de frente e se pergunte:
-Que pode ele me fazer de bem ou mal que não seja permitido por mim?
Lute e vença a si mesmo.
Sei que falar é fácil, muito mais fácil ainda é apontar as falhas e fraquezas nos outros para nos desviarmos das nossas imperfeições.
Mude!
Mude uma coisa de cada vez; mude seu pensamento, suas atitudes, sua maneira de se ver, de ver o outro, afinal o que você não quer, não dê... A Lei Tríplice nunca falha. O conselho sempre estará de olho em seus atos e você receberá exatamente aquilo que jogar diante do Universo: multiplcado por TRÊS!
Pense antes de agir; aja com dignidade e então você poderá dizer:
-Não tenho medo da noite! Ela é a minha melhor amiga e eu a respeito com todos seus Elementais que me guiam durante mais uma jornada neste mundo.
Pense nisso!
Mude roupa, mude de lugar, mude suas idéias, nada é eterno, apenas a Força Criadora de Todo Universo! E como temos tempo para voltarmos atrás!
Mude seu lugar ao sol, seu lugar à sombra, mude!
Cuide de ser feliz, para fazer feliz aos quem lhe rodeiam, porque estes sim, verdeiramente lhe apoiam incondicionalmente!
Família não se escolhe, vem determinada; mas seus amigos são atraídos pela força Universal da sintonia.
Atraia sempre pessoas que sejam melhores, que sejam positivas, criando em sua tela mental idéias de sucesso, prosperidade e paz.
Namastê.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Apostas Encerradas!

Ei, o que você define como "sorte"?
Um punhado de coisas que acontecem e te deixam feliz momentâneamente ou aquilo que realmente você desejou acontecer em sua vida e....Pah! Aconteceu?
Sorte para mim é ter sobrevivido a todos os tropeços e ainda ter forças para levantar dos que ainda dou.
É ter amigos que me criticam e me dizem que estou chata, que tenho que mudar se quiser ter "sorte"...
É amar... Incondicionalmente, verdadeiramente, ainda que custe meu último suspiro, mas que seja intenso enquanto dure.
A minha foi lançada hoje aos 31 dias do mês de Janeiro de 2010...É meu 21 de dezembro de 2012; mudanças...desejos de realizações....

Pausa.

Suspiro.

Apostei alto, banquei a aposta da vida, se ganho? sei não... mas joguei para ganhar e vou ganhar!

Pensativa.

Será? Tomara que sim....

Tempo passando, vida escorrendo entre os dedos e pensamentos embaralhados, olhos turvos, noites insones, ambições de uma vida diferente, luta...muita luta...

Risos.

Sabe, jogar consigo mesmo é perigoso, por vezes,classifico como uma ação kamikasi... Mas e se párar? e se o tempo parasse?

Tensão.

Deus me livre! Quero um amor proíbido, mas verdadeiro, a emoção de ter entre minhas pernas, dentro de mim alguém que só eu sei, mas só eu não tenho... Deixar de gostar? Pura fantasia!
Afinal, o que seriada vida se as cartas fossem marcadas? De onde tirar essa falta de ar, esse fogo que me consome as veias e explode em desejo latente?
Esse turbilhão de emoções que me fazem sentir: VIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Como dizia Cazuza:

"O tempo não pára....Dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão da caridade de quem me detesta....Eu vejo o futuro reptir o passado, eu vejo um museu de grandes novidades... Não pára, não! O tempo não pára!"

"Eu protegi seu nome por amor...Dei um codinome Beija-Flor....não responda nunca meu amor, nunca! Pra qualquer um na rua Beija- Flor, que só eu que pudia, dentro da sua orelha fria dizer segredos de liquidificador....Você sonhava "acordado" um jeito de não sentir dor, prendia o choro e aguava o bom do amor"

...Prendeu seu "choro" e aguou o bom do nosso amor, o vulcão de lavas encandescenes para jorrar em mim, por sobre mim, dentro da gruta onde descansaria sua enguia, nas mnhas costas suadas e arranhadas pelo cio, por sobre a pele que lateja de desejo ainda...

Choro.

Não quero desse jeito, quero por inteiro, porque sou um "todo", nunca serei partida, nunca serei metade, não quero meio copo vazio, quero um copo quase cheio e que continua a ser preenchido pelo seu amor e pelo seu desejo.

Ira.

Resolva! não pense que sempre será do seu jeito não!
Será como deve ser: pleno, intenso, verdadeiro...enquanto durar ou... Puramente, simplesmente...não será!

Dados lançados, apostas ecerradas, boa sorte para ambos!

Para você, Samurai...